Saturday, May 23, 2009

Meu vizinho Totoro




Meu vizinho Totoro

Duas meninas se mudam com seu pai para o interior do Japão, com o objetivo de ficar perto da mãe (que está internada em um hospital). Lá, elas viverão muitas aventuras ao lado do espírito protetor da floresta Totoro.

My Neighbor Totoro (となりのトトロ, Tonari no Totoro, lit. The Twoll Next Door), Japão, 1988. Direção: Hayao Miyazaki. Elenco: Noriko Hidaka, Chika Sakamoto, Shigesato Itoi. Duração: 86 minutos.


M.

Totoro é mais uma animação “bonitinha” de Miyazaki. Em comum com Ponyo os temas de família e natureza, embora me tenha parecido com um tom menos infantil. A história aqui é sobre duas garotinhas que vão morar no “interior” juntamente com seu pai, pra ficarem todos mais perto do hospital onde a mãe está internada. Lá, elas acabam entrando em contato com espíritos da natureza, dentre eles, Totoro. Li que a trama é uma referência autobiográfica de Miyazaki (a parte da família e da mãe, não do contato com os espíritos da natureza), que passou por uma situação familiar quando era criança.

Gostei muito da estética. Acho massa quando nos desenhos mostram aspectos culturais, como o cultivo dos campos de arroz, e os pequenos altares para deuses, espíritos ancestrais, ou sei lá o que, no meio do nada. Os espíritos da floresta também ficaram bem interessantes embora, confesso, dada a fama de Totoro, achei que ele tivesse uma maior participação na trama.

No geral, gostei e recomendo!


Rafinha

Em Meu vizinho Totoro, uma animação de 1988, conhecemos a história de Mei, sua irmã mais velha Satsuki, seu pai e sua mãe que está internada em um hospital se recuperando de uma doença que não é explicitada.

Eles se mudam para uma casa no campo próxima ao hospital. Embora tristes com a prolongada doença da mãe, as meninas estão muito felizes por poderem brincar livremente, e logo começam a explorar as redondezas. Mei, a caçula de 4 anos, logo se encontra com o senhor da floresta, a quem ela começa a chamar de Totoro. Pelo que eu entendi, quando ela pergunta como ele se chama, ele dá uns grunhidos e a pequena Mei acha que Totoro é seu nome.

Uma das coisas que eu gosto nas animações do Studio Ghibli é o encantamento e a falta de medo dos personagens diante de situações e seres que para nós, criados e educados para tremer diante do desconhecido, seriam simplesmente assustadores. Por exemplo, a possibilidade da casa nova ser mal-assombrada é excitante para todos da família.

Totoro é um ser imenso parecido com uma topeira (ou coelho ou gato) com patinhas de bicho preguiça e uma barriga fofinha. Ele possui seu próprio meio de transporte, um gato-ônibus com olhos de farol e sorriso de Cheshire Cat.

O primeiro encontro de Mei com Totoro é uma das cenas mais lindas. Outra coisa muito bacana nas animações do velhinho Miyazaki, as crianças sempre são representadas com dignidade e de forma realista, quando digo realista me refiro ao fato delas serem, afinal, crianças, sem aquela mania do cinema ocidental de retratá-las como adultos em miniatura.

Quem viu A viagem de Chihiro logo vai lembrar dos susuwatari, as bolinhas pretas parecidas com ouriços do mar que trabalham carregando carvão. Os susuwatari são chamados também de soot sprites, black soots ou dust bunnies, pequenos seres com olhos que vivem na escuridão, eles são os responsáveis por deixar uma casa vazia toda empoeirada e basta uma boa risada para espantá-los.

No Japão, Totoro é tão conhecido e amado quanto Mickey Mouse nos estados Unidos. Na verdade, a animação foi responsável por trazer notoriedade às animações japonesas em geral, até a atenção da Disney foi chamada com o seu lançamento.

Totoro é tão cool que até Neil Gaiman já fez referência a ele, ou talvez tenha sido Jill Thompson porque foi ela que desenhou. De qualquer forma, no arco Vidas Breves de Sandman, Delirium está na cama soprando “bolinhas” de sabão, uma das formas que aparece é o Tororo segurando um guarda-chuva. Pra quem não lembra ou só está curioso, segue a foto da HQ. Se não conseguiu ver direito, pegue lá seu exemplar de Sandman que eu sei que você tem.




Ao longo desses 21 anos, a história de Totoro já foi parodiada muitas vezes e muitos artistas fizeram suas próprias versões, abaixo a versão simpsonificada de Totoro, da artista Nina Matsumoto. Aquela que transformou os simpsons em mangá, lembra?





Totoro tem até mesmo um cinturão de asteróides com seu nome, 10160 Totoro foi descoberto em 1994 e batizado em homenagem ao “coelho” cinza do Sr. Miyazaki.
Bacana, né?

1 comment:

Ema said...

Totoro é uma obra de arte.