Friday, June 12, 2009

A Mulher Invisível

A mulher Invisível

Pedro (Selton Mello) ainda acredita no conceito do casamento, enquanto que Carlos (Vladimir Brichta) não aceita a possibilidade de que um homem passe toda sua vida ao lado da mesma mulher. Um dia Carlos é largado por sua mulher e conhece Amanda (Luana Piovani), sua nova vizinha.

A Mulher Invisível – Brasil 2009. Direção: Cláudio Torres. Elenco: Selton Mello, Luana Piovani, Vladimir Brichta, Maria Manoella, Fernanda Torres, Paulo Betti, Maria Luisa Mendonça, Lúcio Mauro. Duração: 105 minutos.


Rafinha

Quando vi o trailer de A mulher invisível o filme me pareceu bacaninha e resolvi dar-lhe uma chance. Nem estava esperando lá muita coisa, mas até que me surpreendi. O filme é muito divertido.

Pedro é um cara romântico que acredita em amor eterno, e mostra isso com uma frase extremamente cafona, algo como “querer alguém para dividir essa grande aventura que é viver”. À primeira vista parece apenas que o diálogo é muito ruim, mas na verdade ele se encaixa perfeitamente na personalidade do personagem, e Selton Mello é talentoso o suficiente para nos fazer perceber isso.

A trilha sonora é muito boa, tem Janis Joplin e Ramones e algumas músicas me remeteram aos filmes antigos, adorável.

As cenas de briga de Selton Mello e Vladimir Brichta são muito engraçadas, assim como as cenas em que Pedro acha que realmente está com uma mulher ao seu lado. Na verdade, todo o elenco faz um trabalho muito bom, exceto, claro, Luana Piovani. Em algumas cenas parecia que ela estava lendo no teleprompter. Lastimável.

O filme seria ainda melhor se o plot principal não fosse mostrado logo no pôster e no trailer, a mulher ideal que só existe na cabeça de Pedro seria mais interessante se não soubéssemos de início que ela é apenas fruto da imaginação.


M.

Fui assistir esse no Espaço Unibanco, aqui de Salvador, que ainda não conhecia. Gostei muito do ambiente. Tranqüilo, limpo, sem a poluição sonora e visual que é ir ao cinema no shopping (antes, durante e depois do filme), e, pra completar, com a meia por R$4 num domingo. Virarei freqüentador assíduo.

Pedro é um marido perfeito, que termina sendo chutado pela mulher justamente por conta disso. É como dizem por aí, otário tem mais é que se fuder. Todo mundo precisa de algum sofrimentozinho pra se sentir plenamente vivo.

Digressão à parte, por conta do trauma o sujeito acaba inventando uma mulher perfeita (a mulher invisível do título), que, por conta de só existir na sua cabeça, gera para ele uma série de situações absurdas, como ficar enfiando a língua no ar, num chupão imaginário, só para dar um exemplo.

Mais uma vez, inevitavelmente me lembrei de “Fight Club”, e aqui o filme não é baseado num livro do mesmo autor. Muitas cenas no mesmo estilo de quando Tyler Durden já foi descoberto enquanto ser imaginário. Acho, inclusive, um grande spoiler ser revelado tanto no título quanto nos trailers o fato de que Amanda é uma mulher imaginária. Acho uma merda, mas compreendo. Só assim para eles atingirem o público de “Se eu fosse você” e afins. Deve ser por conta disso também que há diversos diálogos desnecessários, como Amanda dizendo para Pedro “Eu não existo sem você”, como forma de reforçar a referência de que ela é imaginária.

Nas interpretações, destaque para Selton Mello e Vladimir Brichta, muito engraçados. Destaque também para a interpretação de Luana Piovani, no papel de mulher gostosa, exceto pelas partes em que ela tem alguma fala. Muito legal também a trilha sonora, com Ramones e Janis Joplin. No fim das contas, é um filme nacional que vale tranquilamente o ingresso pago e garante uma diversão leve e descomprometida.

Wednesday, June 10, 2009

Choke


Choke

Victor Mancini (Sam Rockwell) é um cínico trapaceiro que engasga em restaurantes para ter um pouco de atenção. Trabalha em um parque temático vestido de vassalo irlandês. Ele também freqüenta grupos de ajuda para viciados em sexo a fim de conhecer ninfomaníacas.

Choke (EUA) 2008. Direção:Clark Gregg Roteiro:Clark Gregg Elenco:Sam Rockwell, Anjelica Huston, Brad William Henke, Kelly Macdonald . Duração: 89 minutos.

Rafinha

Choke é o tipo de filme que divide opiniões, quem gosta de humor escroto e cinismo vai adorar, quem se sente ofendido com palavrões e sexo sujo vai torcer o nariz. Eu acho.
Quando Mau e eu assistimos reconhecemos imediatamente a narrativa estilo Clube da luta, depois ficamos sabendo que o autor é o mesmo, Chuck Palahniuk.

Aqui a história nem é o principal, mas a construção dos personagens e os diálogos são muito bons. Anjelica Huston como a mãe maluca é sensacional. Sam Rockwell com aquela cara de doido fanfarrão é perfeita para o ninfomaníaco e golpista Vitor Mancini. Lembra de Zaphod Beeblebrox em Guia do Mochileiro das Galáxias e Frank em Os Vigaristas? Então, é o Rockwell.

Choke não vai fazê-lo gargalhar histericamente, mas vai proporcionar vários sorrisos marotos (uia!), aquele tipo de sorriso que vem junto com o pensamento: “Porra! Que diálogo massa! Queria saber escrever coisas assim!”.

Aqui no Brasil, Choke ganhou o mesmo título do livro, No Sufoco, e sairá direito em Dvd. Vai entender a cabeça dessas distribuidoras.

M.

Uma comédia bem interessante que, por razões óbvias, não alcançou o circuito comercial. Conta a história de Victor Mancini, um sujeito que é viciado em sexo e participa de grupo de auto-ajuda pra se libertar deste vício. Não bastasse esse problema, ainda tem que aturar um emprego de merda pra pagar as contas da mãe maluca internada num hospital particular. Isso sem falar no aspecto que dá nome ao filme, mas esse prefiro não explicar de antemão.

A narrativa em primeira pessoa associada à idéia do grupo de auto-ajuda nos traz, de imediato, a lembrança do bom e velho “Clube da Luta”. E essa semelhança não é sem motivo, já que, como Rafinha pesquisou, é baseado num livro do mesmo autor. Tudo bem que “Choke” não alcança a mesma profundidade narrativa desse outro, mas no seu papel de uma comédia diferente ultrapassa em muito as que temos visto por aí.

Não vá assistir achando que é um filme que mudará sua vida, porque não vai. Mas se você tiver um humor refinado, pode assistir e se preparar para algumas boas risadas.

Saturday, May 23, 2009

Meu vizinho Totoro




Meu vizinho Totoro

Duas meninas se mudam com seu pai para o interior do Japão, com o objetivo de ficar perto da mãe (que está internada em um hospital). Lá, elas viverão muitas aventuras ao lado do espírito protetor da floresta Totoro.

My Neighbor Totoro (となりのトトロ, Tonari no Totoro, lit. The Twoll Next Door), Japão, 1988. Direção: Hayao Miyazaki. Elenco: Noriko Hidaka, Chika Sakamoto, Shigesato Itoi. Duração: 86 minutos.


M.

Totoro é mais uma animação “bonitinha” de Miyazaki. Em comum com Ponyo os temas de família e natureza, embora me tenha parecido com um tom menos infantil. A história aqui é sobre duas garotinhas que vão morar no “interior” juntamente com seu pai, pra ficarem todos mais perto do hospital onde a mãe está internada. Lá, elas acabam entrando em contato com espíritos da natureza, dentre eles, Totoro. Li que a trama é uma referência autobiográfica de Miyazaki (a parte da família e da mãe, não do contato com os espíritos da natureza), que passou por uma situação familiar quando era criança.

Gostei muito da estética. Acho massa quando nos desenhos mostram aspectos culturais, como o cultivo dos campos de arroz, e os pequenos altares para deuses, espíritos ancestrais, ou sei lá o que, no meio do nada. Os espíritos da floresta também ficaram bem interessantes embora, confesso, dada a fama de Totoro, achei que ele tivesse uma maior participação na trama.

No geral, gostei e recomendo!


Rafinha

Em Meu vizinho Totoro, uma animação de 1988, conhecemos a história de Mei, sua irmã mais velha Satsuki, seu pai e sua mãe que está internada em um hospital se recuperando de uma doença que não é explicitada.

Eles se mudam para uma casa no campo próxima ao hospital. Embora tristes com a prolongada doença da mãe, as meninas estão muito felizes por poderem brincar livremente, e logo começam a explorar as redondezas. Mei, a caçula de 4 anos, logo se encontra com o senhor da floresta, a quem ela começa a chamar de Totoro. Pelo que eu entendi, quando ela pergunta como ele se chama, ele dá uns grunhidos e a pequena Mei acha que Totoro é seu nome.

Uma das coisas que eu gosto nas animações do Studio Ghibli é o encantamento e a falta de medo dos personagens diante de situações e seres que para nós, criados e educados para tremer diante do desconhecido, seriam simplesmente assustadores. Por exemplo, a possibilidade da casa nova ser mal-assombrada é excitante para todos da família.

Totoro é um ser imenso parecido com uma topeira (ou coelho ou gato) com patinhas de bicho preguiça e uma barriga fofinha. Ele possui seu próprio meio de transporte, um gato-ônibus com olhos de farol e sorriso de Cheshire Cat.

O primeiro encontro de Mei com Totoro é uma das cenas mais lindas. Outra coisa muito bacana nas animações do velhinho Miyazaki, as crianças sempre são representadas com dignidade e de forma realista, quando digo realista me refiro ao fato delas serem, afinal, crianças, sem aquela mania do cinema ocidental de retratá-las como adultos em miniatura.

Quem viu A viagem de Chihiro logo vai lembrar dos susuwatari, as bolinhas pretas parecidas com ouriços do mar que trabalham carregando carvão. Os susuwatari são chamados também de soot sprites, black soots ou dust bunnies, pequenos seres com olhos que vivem na escuridão, eles são os responsáveis por deixar uma casa vazia toda empoeirada e basta uma boa risada para espantá-los.

No Japão, Totoro é tão conhecido e amado quanto Mickey Mouse nos estados Unidos. Na verdade, a animação foi responsável por trazer notoriedade às animações japonesas em geral, até a atenção da Disney foi chamada com o seu lançamento.

Totoro é tão cool que até Neil Gaiman já fez referência a ele, ou talvez tenha sido Jill Thompson porque foi ela que desenhou. De qualquer forma, no arco Vidas Breves de Sandman, Delirium está na cama soprando “bolinhas” de sabão, uma das formas que aparece é o Tororo segurando um guarda-chuva. Pra quem não lembra ou só está curioso, segue a foto da HQ. Se não conseguiu ver direito, pegue lá seu exemplar de Sandman que eu sei que você tem.




Ao longo desses 21 anos, a história de Totoro já foi parodiada muitas vezes e muitos artistas fizeram suas próprias versões, abaixo a versão simpsonificada de Totoro, da artista Nina Matsumoto. Aquela que transformou os simpsons em mangá, lembra?





Totoro tem até mesmo um cinturão de asteróides com seu nome, 10160 Totoro foi descoberto em 1994 e batizado em homenagem ao “coelho” cinza do Sr. Miyazaki.
Bacana, né?

Sunday, May 10, 2009

Ponyo on the cliff by the sea


Ponyo on the cliff by the sea

Ponyo é uma peixinha dourada que conhece o garoto Sosuke, de apenas cinco anos de idade. A amizade entre os dois é tão grande que Ponyo resolve se tornar humana só para ficar mais tempo ao lado de seu amigo.

(Gake no ue no Ponyo) 2008. Direção: Hayao Miyazaki. Elenco: Yuria Nara (Ponyo voice), Kazuko Yoshiyuki (Toki voice), Cate Blanchett (voice: English version), Noah Lindsey Cyrus(voice: English version), Matt Damon (voice: English version). Duração: 100 minutos.


Rafinha

Hayao Miyazaki é um velhinho japonês com alma de mágico. Até hoje só assisti 3 filmes dele, ´A viagem de Chihiro´, ´O castelo animado´, e agora ´Ponyo´, todas animações geniais, com histórias extremamente ricas e personagens cativantes. Estão na lista do utorrent, ´Princesa Mononoke´ e ´Meu vizinho Totoro´.

Ponyo é a mais nova animação do Studio Ghibli, que pertence ao Sr. Miyazaki. Fiquei sabendo que, devido a sua idade avançada, o Studio Ghibli está sob a responsabilidade de seu filho, que parece ter herdado a genialidade do pai.

Ponyo é uma peixinha dourada que sonha em ser menina. Sua mãe é uma deusa do mar e seu pai é um maluco com olheiras profundas que vive enfurnado em uma bolha preparando poções mágicas. Ponyo começa a se tranformar em menina ao provar do sangue de Sosuke, um menino de 5 anos que a leva pra casa em um balde. Acontece que seu pai, o maluco com olheiras, não quer que ela se transforme em menina, por que isso acarretaria o fim do mundo.

Ponyo como menina é uma gracinha, extremamente excitada com as coisas mais triviais dos seres humanos. A historinha é linda, entretanto bem mais infantil que as duas citadas acima, e que mesmo assim não pode ser comparada com algumas bobagens feitas pela Disney. Até mesmo em uma historinha tipicamente para crianças, Myiazaki consegue elevar a animação a um nível que a Disney nunca conseguirá alcançar.


M.

Sofri por meses, desde que Rafinha ficou sabendo da existência dessa animação, e ficava cantando em loop, ad infinitum, os dois primeiros versos da música tema. =)

O fato é que temos aqui mais uma animação de Hayao Miyazaki muito bonita. Gosto muito dos traços dos animes em geral, bem como da aura de “realidade mágica”, que as animações dele, especificamente, costumam ter: um mundo real, unido num mundo mágico.

Desta vez ele narra a saga de uma “peixinha”, chamada Ponyo, que quer virar uma menina, para poder ficar com seu amor, Sosuke, um garotinho de cinco anos. O estilo é um pouco mais infantil do que os anteriores que assisti (Chihiro e Castelo Animado), mas ainda assim muito agradável. Um bom filme para assistir num momento que você pretende relaxar com algo simples, leve e bonito.

Thursday, May 7, 2009

Deixa Ela Entrar - Let The Right One In


Deixa Ela Entrar

Oskar é um menino de 12 anos que é maltratado no colégio. Ele se apaixona por Eli, uma garota bastante peculiar. Eli dá a Oscar a força para que comece a revidar tudo que sofre nas mãos de seus colegas.

(Låt den rätte komma in) Suécia, 2008. Direção: Tomas Alfredson. Elenco: Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar, Henrik Dahl. Duração: 115 min. Classificação: 13 anos.


Rafinha


Deixa Ela Entrar é um filme sueco sobre uma menina vampira.
Eli é a tal da menina vampira, eternamente presa em um corpo de 12 anos. Oskar é o menino que apanha dos outros no colégio. Eles se tornam amigos e Oskar, incentivado por Eli, começa a reagir às porradas que leva.

Sabe aqueles filmes bacanas como Drácula de Bram Stoker e Entrevista com o vampiro? (Crepúsculo, por ser a pior história de vampiros de todo o universo conhecido e desconhecido não entra aqui) Pois então, Deixa Ela Entrar não tem nada a ver com esses filmes, a mitologia vampírica é algo bem sutil na história, a própria Eli em determinado momento diz: “Eu sou igual a você, Oskar. Não está vendo?”.

Eli não tem pele de diamantes (Vai se fuder Stephenie Meyer!), nem há referência a alho, cruz e água benta, nem mesmo as presas da menina são mostradas. Há sim a aversão ao sol e o fato de precisar de convite para entrar em casas alheias. Eu sempre achei essa regra um tanto psicológica, e o Oskar também. Ele questiona isso a Eli, e a inexperiente menina vampira não sabe responder, essa cena acaba sendo uma das mais interessantes.

Deixa Ela Entrar pode até ser considerado um romance, bizarro e sangrento, mas ainda sim um romance. Hollywood, como não poderia deixar de ser, já comprou os direitos para refilmar, e aposto que eles vão fazer uma cagação melosa de amor romântico pau no cu. O diretor do filme ficou puto com isso, li uma entrevista dele dizendo que não entendia a obsessão dos americanos com refilmagens e que seu filme já era bom o suficiente. Esperemos.

A caracterização e a entonação da voz de Eli são muito boas, a menina parece realmente um pequeno demônio habitando um corpo infantil.

O filme não é sensacional, nem o melhor filme já feito sobre o tema, mas é sempre bom ver um filme sobre vampiros, isso quando não há vampiros com pele de diamante nele.


M.

Este é um filme que narra o relacionamento entre uma menina-vampira e um garoto vítima de bulling, que acabam sendo vizinhos. De início quero confessar que assisti um pouquinho contrariado, já que foi uma versão dublada em inglês. Coisa de americano que não sabe ler legenda e considera um absurdo qualquer filme que seja feito em outra língua que não a deles.

Reclamação inicial à parte, é um filme interessante. Gostei bastante da estética, com a neve cobrindo tudo. Além do aspecto da beleza, acredito que isso é algo que modifica as relações sociais, pelo menos em comparação ao modo como elas se dão em boa parte do nosso país, que é constantemente ensolarado. A neve e o frio fazem as pessoas se fecharem mais nelas mesmas.

Sempre que vejo filmes em que há uma criança que se tornou vampiro, fico questionando a construção da psique da personagem. No caso em questão optaram por a deixar muito mais próxima da de uma criança, embora a sinopse indique que a menina-vampira já tem doze anos a duzentos. Não sei se, na prática, seria assim que ocorreria. Mas essa é muito mais uma digressão nerd sobre aspectos psicológicos de algo inexistente do que qualquer outra coisa.

O filme não é uma obra-prima que vai mudar sua vida, mas também não é ruim. É um bom filme, que não ofende sua inteligência, nem contraria os aspectos gerais do mito sobre os vampiros, não fazendo, por exemplo, que eles sejam seres cuja pele brilha lindamente na luz do sol.

Saturday, May 2, 2009

X-Men origens: Wolverine


X-Men Origens: Wolverine

A origem do mutante Wolverine - de sua infância no Canadá ao confronto com o programa Arma X - anos antes de sua entrada no grupo X-Men.

(X-Men Origins: Wolverine) EUA, 2009. Direção: Gavin Hood. Elenco: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Huston. Duração: 111 min. Classificação: 12 anos.

Rafinha

Assistimos Wolverine em uma sessão absurdamente lotada no Iguatemi, mas pelo menos conseguimos bons lugares e as pessoas ficaram quietas durante o filme. Tinha uma velha louca sentada na mesma fila que nós que guardou dois lugares e não deixava ninguém sentar, só sei que ela levou cano e ninguém apareceu, quando o filme começou ela saiu e largou lá os três lugares, bom pra nós que pegamos lugares mais no meio da fila.

Vamos lá então, eu tinha visto a versão inacabada, aquela que vazou na net e que deixou Hugh Jackman putinho. E tirando os cabos de aço aparecendo e de poucas cenas de luta com bonequinhos sem rosto, a versão final é igual à inacabada.

Eu sou uma ignorante em relação ao universo X-men, sabia como Wolverine havia ganhado o esqueleto de adamantium e perdido a memória, tirando isso, sabia de mais nada. Fontes confiáveis me informaram que eles cagaram um monte na história original. De qualquer forma, o filme é apenas um bom filme de ação. Com muitas cenas de pancadaria, óleo de amêndoas nos músculos de Hugh Jackman, frases de efeito usadas ad infinitum, mocinha que morre, yada yada yada. Alguns rombos no roteiro insultam a inteligência de espectadores mais exigentes. Gostei mesmo foi de Liev Schreiber como Dente de Sabre, eu sempre o achei um cara talentoso, embora na maioria das vezes ele seja coadjuvante e fique lá escondidinho, acho que por ele não ser gatinho. Hollywood tem dessas coisas. Mesmo em seu único trabalho como diretor – Uma vida iluminada, aquele filme de 2005 com o Frodo – ele fez um trabalho bacana.

No final de Wolverine tem duas cenas extras, uma logo após o fime e outra depois dos créditos. Vale só pela curiosidade de ver mesmo.

M.

Quem, como eu, acompanhou as publicações de X-Men e Wolverine ao longo das décadas de oitenta e noventa, sabe quantas e quantas vezes a origem de Logan foi contada e recontada, antes, durante e depois, inclusive, do HQ “Arma X”, que prometia revelar toda a verdade sobre a origem do dito cujo. Posso então tentar encarar o filme como mais uma tentativa de contar essa origem, nem menos, nem mais verdadeira que as outras. Mas isso não implica que não possa classificar essa tentativa como pior e menos coerente do que as anteriores.

Wolverine é, mais do que tudo, um filme de ação. Tem muita explosão, muito raio óptico de Summers destruindo tudo, muita luta bem coreografada. Mas tem também muita contradição e muito clichê. Não é que o filme seja um lixo, mas com certeza é muito menos do que poderia ter sido. Acho que a pressa na produção em série para não perder qualquer possibilidade de lucro derivada do sucesso dos X-Men vem comprometendo a qualidade. E isso não é algo que apareça pela primeira vez aqui, vem já do terceiro episódio da série, que foi mais fraquinho do que os dois anteriores. É por coisas como essa que o velho-doido-fumador-de-haxixe-adorador-do-lagarto não deixa colocarem o nome dele nos filmes.

Vamos voltar a pesquisar direitinho, ler o histórico dos personagens e dar coerência à coisa, ao invés de simplesmente deixar finais já com a deixa da continuação para o próximo blockbuster. Nem é tão difícil, vocês já fizeram isso bem algumas vezes, tendo a última delas sido com nosso amigo Tony Stark. Garanto que, a longo prazo, vocês ganham mais dinheiro assim, vão por mim.

Tuesday, April 28, 2009

Sinédoque, Nova Iorque

Sinédoque, Nova Iorque

Diretor teatral monta uma peça de proporções gigantescas baseada em sua própria vida conturbada.

(Synecdoche, New York.) EUA, 2008. Direção: Charlie Kaufman. Elenco: Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener, Michelle Williams. Sinopse: Duração: 124 min.


Rafinha

Considero Charlie Kaufman um dos mais talentosos roteiristas da atualidade. Pra quem não lembra, ele escreveu os roteiros de Quero ser John Malkovich, Natureza quase humana, Confissões de uma mente perigosa – que até hoje não me perdôo por ter perdido a oportunidade de comprar por 12,90 -, Adaptação, Brilho eterno de uma mente sem lembranças, e agora Sinédoque, Nova Iorque, que também foi dirigido e produzido por ele.

Já disse antes que filmes com temática surreal e nonsense despertam meu interesse na hora, muito graças à Kaufman pois seus roteiros sempre são ótimos. Suas parcerias com Spike Jonze e Michel Gondry sempre rendem trabalhos interessantíssimos. Tá, eu babo ovo mesmo.

Sinédoque, Nova Iorque é um filme mais pesado que os anteriores. Por exemplo, em Brilho eterno a sensação que fica quando o filme acaba é boa, em Sinédoque não. Não que o filme seja ruim, mas o tema – morte, velhice – me sensibiliza mais e me faz pensar em coisas que eu não quero pensar, muito menos nessa fase de minha vida.

Começando pelo título, Sinédoque é uma figura de linguagem usada quando se usa uma parte para falar do todo e vice-versa.

Caden – o fantástico Philip Seymour Hoffman - é um melancólico diretor de teatro que é abandonado pela mulher e pela filha. Ao receber uma doação de uma grande quantidade de dinheiro para usar em um novo projeto, ele começa a criar e montar a peça de sua vida. A peça é, basicamente, um pedaço da cidade de Nova Iorque construído, literalmente, dentro de um galpão gigantesco, onde as pessoas encenam dia e noite. Milhares de pessoas. A peça é, afinal, a vida de Caden. Ficção e realidade começam a se misturar, pessoas são contratadas para interpretar Caden e as pessoas que estão ao seu lado. Parece um pouco confuso, mas ao assistir com atenção, as coisas se encaixam. Taí a tal da sinédoque.

No final, um dos atores faz um discurso muito bonito sobre como somos miseráveis e ninguém se importa, porque afinal todos tem suas tristezas para lidar.
Charlie Kaufman sempre vale a pena, é o que eu digo.


M.


Estamos na temporada de assistir filmes sobre tempo, doença, velhice, sanidade, morte e essas coisas que causam distúrbios na minha mente. Todos sabemos que todos morrem um dia, mas isso fica numa perspectiva totalmente diferente quando você de fato dedica um tempo para pensar, sem nenhuma muleta metafísica, que você vai morrer um dia. Não que esteja reclamando de ter tais pensamentos, porque acho que sou até um eu melhor quando estou em tal estado, mas que é pesado, é.

“Synecdoche, New York” é mais um filme de Charlie Kaufman que me conquistou. Kaufman está cada vez mais ganhando seu lugar entre meus roteiristas prediletos. O filme narra a história de Caden Cotard, um diretor de teatro que vive uma vida angustiada (e talvez hipocondríaca) e que, após receber uma enorme verba como prêmio, resolve criar uma peça que seja uma grande obra, um contributo para a humanidade. Philip Seymour Hoffman, que o interpreta, realiza um trabalho sensacional.

A narrativa do filme é coerentemente confusa, com uma linha do tempo e noção da realidade que permitem que você sinta o que vive o protagonista. Esta, aliás, outra das temáticas do filme: o fato de sermos protagonistas das nossas vidas.

É o típico filme que sei que, se houvesse assistido numa sala do circuito comercial, pelo menos 50% dos 20 espectadores que estivessem presentes na sessão teriam saído antes do final. Acredito que essa definição é mais do que suficiente para destacar a qualidade sensível do filme, que felizmente assisti no conforto do meu lar, com todo o silêncio reflexivo que me era necessário.


Tuesday, April 21, 2009

La maison en petit cubes


La maison en petit cubes

As his town is flooded by water, an old man is forced to add additional levels onto his home with bricks (cubes) in order to stay dry.

(La maison en petit cubes ) Japão, 2008. Direção: Kunio Katô. Duração: 12 min.


Rafinha


La maison em petit cubes levou o Oscar de animação esse ano e mereceu.
O desenho é lindíssimo, do ponto de vista visual mesmo, parece feito com lápis de cor.
Um velhinho vive em uma cidade inundada e o nível da água não para de subir. Sempre que ela sobe demais, ele constrói outra casa em cima da sua. Pra mim isso é como uma metáfora do claustro e da solidão causada pela velhice, as casas vão ficando cada vez menores e o velhinho cada vez mais só, embora persista em se manter no mesmo lugar, talvez seja a teimosia própria dos idosos. Quando ele coloca seu escafandro (adoro essa palavra!) para buscar seu cachimbo que caiu na água, ele vai descendo pelas antigas casas e relembrando sua vida, o casamento, o nascimento dos filhos. A animação é muda e palavras só iriam estragar sua beleza.


M.

Triste, triste, triste. Talvez nem seja tanto, mas trata de temas que falam especialmente à minha sensibilidade, que são a velhice e o passar do tempo.

A trama é sobre um velhinho que mora numa cidade em que a maré vai subindo e inundando tudo ao longo do tempo, de modo que ele tem que ir construindo sempre uma casa nova em cima da sua casa antiga. Num dado momento ele perde seu cachimbo e tem que mergulhar para recuperá-lo, revisitando as suas antigas moradas.

Achei uma boa metáfora para o passar do tempo, que é mesmo assim, vai engolindo tudo o que já passou, não nos deixando nada além de lembranças, que podem ser revisitadas, mas nunca verdadeiramente revividas. Me fez recordar de uma passagem de “As Horas” (leiam o livro e vejam o filme), em que uma das personagens centrais comenta como num dado momento da sua vida, em que tudo era belo, acreditou que ali estava começando a sua felicidade, apenas para depois descobrir que ali não era o início, mas sim o momento em que realmente havia sido feliz.

Animação sensível, triste, bonita e indicada.

Monday, April 20, 2009

Dead Snow - Død snø



Dead Snow - Død snø

Um grupo de amigos vai a uma estação de esqui isolada pela neve e em meio a bebidas, sexo e drogas, um velho aparece e conta uma história de horror sobre nazistas amaldiçoados. Ao encontrar um baú cheio de ouro eles inadvertidamente erguem um exército de zumbis nazistas.

(Død snø ) Noruega, 2009. Direção: Tommy Wirkola. Elenco: Charlotte Frogner, Ørjan Gamst , Stig Frode Henriksen , Vegar Hoel , Jeppe Laursen , Evy Kasseth Røsten . Duração: 90 min.

Rafinha

Dead Snow é um fime norueguês sobre zumbis nazistas. Eu achei a idéia inovadora – mesmo que vilão nazista seja algo bem clichê - afinal há um monte de filmes com zumbis que não se atreveram a usar o tema nazismo, update: em minhas pesquisas pela net descobri que existe sim dois filmes com zumbis nazistas, zombie lake, de 1981, dirigido por Jean Rollin e Oasis of the zombies, também de 1981, dirigido por Jesus Franco.

Meu irmão disse que o jogo Call of Duty 5 já fez essa mistura, mas sobre isso não posso dizer nada porque nunca joguei. Veja bem, todos os clichês estão lá, mas isso conta pontos positivos, afinal zumbis são carniceiros, oras! A abertura tendo como trilha “In the hall of the mountain king” dá uma idéia boa do que o espera na próxima hora e meia.
A variação em torno do tema é grande, já tem zumbi empregado doméstico (Fido), zumbi trabalhando em freak show (Terra dos mortos), zumbi que tem medo da luz do sol (Eu sou a lenda), zumbi gay, zumbi cantor sertanejo, zumbi apresentador de talk show etc
Bom, em Dead Snow um grupo de amigos vai para as montanhas nevadas da Noruega passar o feriado da páscoa. A cabana na qual eles ficam é bem isolada do mundo e nem celular pega. Tem um gordinho nerd que começa uma conversa sobre filmes de terror onde grupos de amigos vão passar férias em locais ermos. Eu achei conveniente ele tocar no assunto. Em outro momento, um personagem comenta que as melhores piadas são sobre cocô, xixi e esperma, mas não é isso que se vê, o humor do filme é inteligente, se fosse um filme americano com certeza veríamos mais piadas imbecis.
E o mais importante: os zumbis! Eles são nazistas! E correm como se o próprio Fuhrer estivesse a chicotear-lhes as costas. Não há explicação para o fato deles serem zumbis – sollanum, t-virus, meteoro radioativo ou vudu? -, para o fato de serem nazistas há. Durante a segunda guerra, soldados alemães montaram uma base no local que fica a cabana, e saíram saqueando as casas da região, matando quem se recusasse a entregar o ouro da família. Um belo dia os cidadãos se revoltam e saem à caça dos filhos da puta e acabam matando muitos deles, quem não morreu à marteladas acabou morrendo de frio. Ainda existe uma caixinha cheia de jóias em um esconderijo – não tão escondido assim – dentro da cabana. E é esse tesouro que os zumbis querem. Aí começa a matança e o mais legal de tudo, os zumbis gostam de brincar com a comida. E tome-lhe murro, pontapé, facada na barriga, retirada de intestino grosso, martelada na cabeça e toda sorte de divertimentos gratuitos.
Dead Snow faz parte da seleção oficial de Sundance 2009. É sempre bom saber essas coisas. E a trilha sonora é puro rock and roll!
É o melhor filme de zumbis que eu já vi nessa vida? Claro que não! Mas que vale a pena ver, isso vale.


M.

ZUMBIS CORREDORES NAZISTAS, CARALHO! É the ultimate zombie menace uma porra dessas! Acho que por este intróito já deu pra ver que achei o filme legal, bem como fazer um breve resumo do enredo. Se trata de um filme de zumbis-corredores-nazistas, que estão em busca do ouro (meu ouro!).

É uma produção de algum desses países europeus frios e de língua alienígena, o que por si só já torna a coisa mais interessante, já que amplia as chances de uma releitura de um tema tão batido, visto por olhos de outra cultura que não a dos norte-americanos.

O que sei é que, justificativas culturais à parte, os zumbis nesse filme fogem um pouquinho do padrão geral de zumbis: se comunicam – ainda que de uma forma meio tosca – obedecem a uma hierarquia militar, usam aparatos tecnológicos e seguem um pouco a lógica de “assombração presa a um tesouro”. Por outro lado, são zumbis escrotões que querem matar todo mundo mesmo e pronto. Embora tenham uma preferência alimentar mais vinculada a tripas do que a cérebros, vale salientar.

Se gosta de filmes de zumbi, pode ir com fé! Muito sangue, mesclado com cenas de humor e ação, na medida certa; ou seja, a fórmula aplicada direitinho.


Friday, April 17, 2009

Rebobine, por favor


Rebobine, Por Favor - Be Kind Rewind

Um acidente na usina elétrica faz com que um homem fique magnetizado. Ao entrar em uma locadora que apenas trabalha com fitas VHS, ele termina por desmagnetizar os filmes disponíveis. Para repô-los ele decide, com seu melhor amigo, rodá-los novamente.

(Be kind rewind) EUA, 2008. Direção: Michel Gondry. Elenco: Jack Black, Mos Def, Danny Glover, Mia Farrow, Melonie Diaz. Duração: 102 min.


Rafinha

Eu sou fã de Michel Gondry desde que vi Brilho eterno de uma mente sem lembranças, um dos filmes de minha vida para todo o sempre. Filmes com temática surreal/ absurda me cativam muito, é só ter uma coisinha assim de mágica, de absurdo, de non-sense, de sobrenatural que eu to lá, vendo com os olhinhos brilhando, e depois reassistindo umas dez vezes.

Rebobine, por favor é non-sense e divertidíssimo. Jack Black é Jerry, um maluco que decide sabotar a estação de energia da cidade porque acha que ela causa suas dores de cabeça, depois da mal-sucedida tentativa ele fica magnetizado e, sem querer, apaga a imagem de todos os VHS da locadora de seu amigo. É aí que eles começam a “suecar” os filmes. Fazer versões toscas de clássicos como Caça-fantasmas, 2001: uma odisséia no espaço, King Kong e mais uns 200 outros. A diversão do filme está toda aí. As tosqueiras que Jerry, Mike e Alma fazem em prol da “suecagem” são absurdas!

“Suecar” é um termo inventado por Jerry, segundo ele significa que os filmes são importados e caros, pois ele cobra 20 dólares por cada locação!

O triste é que com o sucesso da “suecada” e infração da lei de direitos autorais, eles acabam sendo enquadrados pela polícia federal, um pouco de realidade no meio de todo o absurdo.


M.

Tinha um tempinho que eu queria assistir esse filme, mas foi ficando pra trás até quase o esquecimento, até que terminei conseguindo vê-lo. É um filme com Jack Black, o que acho que já indica alguma coisa, já que é um ator que tem certa constância no tipo de personagens que faz. Eu geralmente gosto dele, quem não gosta, já fica avisado.

O filme é bem nonsense e a trama principal é bem divertida, com as loucuras que eles fazem para “suecar” os filmes requisitados. Quem assistir entenderá exatamente do que estou falando.

Gostei também da crítica à indústria do cinema, com seus dramas excessivos acerca de direitos autorais. Quem acompanha um pouquinho o assunto sabe como há um grande exagero na “proteção” dos direitos das gravadoras, vide o caso razoavelmente recente da menina que foi presa na saída do cinema por ter filmado algo em torno de um minuto do filme Transformers. Acho importante esse tipo de questionamento, pois só assim se pode chegar à dimensão correta do problema.

E não é só: o filme também traz uma bonita mensagem ética, sobre como mentir é uma coisa legal. Assistam, crianças!

Saturday, March 28, 2009

Pagando Bem, Que Mal Tem?




Pagando Bem, Que Mal Tem?
Comédia - 16 ANOS

Zack e Miri, dois amigos com sérios problemas financeiros que vivem juntos, decidem fazer um filme pornô para ganhar dinheiro.

(Zack and Miri Make a Porno) EUA, 2008. Direção: Kevin Smith. Elenco: Elizabeth Banks, Seth Rogen, Jason Mewes. Duração: 102 min.


Rafinha

Zack and Miri make a porno poderia ser um filme feito por qualquer cineasta desses que Hollywood tem aos montes. O gordinho nerd está se entregando à pasteurização dos filmes caça-níqueis, é o que eu digo.

A premissa é bem interessante, um casal de amigos, Zack e Miri, que se conhecem há anos e moram juntos desde que saíram do colegial, resolvem fazer um filme pornô para tentar pagar as contas. Os diálogos e algumas situações são engraçadíssimas, mas o filme perde o ritmo e o jeitão Smithiano ao focar demais no relacionamento de Zack e Miri. A partir do meio do filme a melação de cueca só piora. Kevin Smith já tinha feito um filme bem meia-boca e piegas antes, menina dos olhos. Acho que o matrimônio e a paternidade fuderam com a cabeça dele.

A dupla Jay e Silent Bob não está lá, mas tem o Jason Mewes (O Jay), fazendo o papel de Lester, um maluco que adora andar pelado. Ver que Jay envelheceu (ele tem 34 anos), cortou o cabelo e trocou as roupas largas é uma coisa bem estranha, ainda mais pra quem acompanha os filmes de Kevin Smith há mais de 10 anos.

Ainda tenho fé que o gordinho volte a fazer filmes tão polêmicos e geniais quanto Dogma.

Aliás, estive reassistindo Dogma esses dias – eu faço isso com filmes que gosto muito, vejo 3, 4, 5 vezes... – e tinha esquecido como a explicação que o anjo Loki dá para o fato de não acreditar em deus é genial demais!

É isso, criançada. Vão ver Zack and Miri, ainda assim é um filme legalzinho.


M.

Estava até com uma expectativa razoável acerca desse filme, sendo ele de quem é, bem como pro conta dos trailers. A trama é sobre um amigo e uma amiga que moram juntos e se conhecem desde sempre, que resolvem fazer um filme pornô pra pagar as contas que não param de se acumular.

Olha só, não vou dizer que o filme é ruim, porque não é. Mas tem muito mais melosidade do que o necessário. Se tivesse um número maior de piadinhas toscas, como a do início com o namorado gay, e um número menor de cenas melosas entre Zack e Miri, com certeza o filme seria bem melhor.

E me desculpem pelo atraso na atualização do blog, tenho andado numa preguiça... =)

Monday, March 9, 2009

Watchmen



Watchmen
Ação / Drama / Ficção científica / Herói - 18 anos

O ano é 1985. A Guerra Fria ainda deixa a todos em sinal de alerta, pois os Estados Unidos e a União Soviética preparam seus arsenais nucleares.Do lado americano, a grande arma se chama Dr. Manhattan, praticamente um deus, que fez parte de um grupo de vigilantes, agora proibidos de atuar pelo próprio presidente do país, Richard Nixon. Mas quando um dos mascarados morre, seus antigos colegas começam a investigar quem está por trás da morte. Adaptação de uma das maiores obra-primas das histórias em quadrinhos, escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons.

(Watchmen) EUA/Reino Unido, 2009. Direção: Zack Snyder. Elenco: Jackie Earle Haley, Patrick Wilson, Billy Crudup, Jeffrey Dean Morgan, Malin Akerman, Matthew Goode, Carla Gugino, Matt Frewer, Stephen McHattie, Laura Mennell, Robert Wisden. Duração: 163 min.


Rafinha

Antes de ir ver o filme, reli a HQ para refrescar a memória e posso dizer que a adaptação é muito fiel à história original. Está quase tudo lá, quase porque o final foi modificado, acredito que por razões técnicas, acho que seria meio complicado colocar uma lula gigante despedaçada no meio da cidade de Nova York. De qualquer forma, o final do filme funciona tão bem quanto o da HQ.

O figurino, a caracterização, os cenários são perfeitos! O ator que faz Rorschach – Jackie Earle Haley - poderia ser o próprio sociopata em pessoa, o comediante, apesar de ser um grande filho da puta, está tão cativante quanto na HQ. Não gostei muito do ator escolhido para representar Ozymandias, achei ele muito jovem e meio franzino.

Enfim, eu gostei muito mesmo da adaptação! Acho que quem não leu a HQ não vai gostar, essa minha impressão se intensificou devido ao número de pessoas que saíram da sala antes do final, são 2 horas e 43 minutos de duração.

Ah sim, a trilha é maravilhosa!

P.S.: Lembra do videoclipe de Always de Bon Jovi, no qual a gatinha morena é traída pelo namorado cabeludo com a loirinha da série Felicity? A morena é a Carla Gugino, Sally Júpiter, a primeira Espectral em Watchmen.


M.

Sou fã da HQ e acho que é bom começar meus comentários falando isso. Já esclarecida a minha situação, achei o filme uma adaptação muito boa. Lógico que como toda adaptação há pontos que agradam e pontos que desagradam, mas, no geral, os fãs devem gostar. Digo “os fãs” devem gostar, porque teve muita gente saindo do cinema no meio do filme. Provavelmente esperavam encontrar um tipo de filme bem diferente, mais “heróico”, digamos assim.

Achei as caracterizações dos personagens no geral muito bem feita, especialmente a de Rorschach. É que fazer Dr. Manhattan é relativamente fácil, basta transformar o cara no esquisitão azul, mas no caso de Rorschach a produção se superou e conseguiu deixar o ator, inclusive sem máscara, igual. Já a caracterização do nosso amigo Veidt não foi assim tão feliz. Arranjaram um ator franzino e com cara de guri, pra representar um homem na casa dos 40, que deveria ter aparência da casa dos 30 e ser a perfeição do ser humano; esse não colou direito.

Como já falei, é lógico que o roteiro sofreu algumas adaptações em relação aos quadrinhos, mudando personagens que tiveram alguns diálogos, por exemplo. Uma situação em que isto se deu, o tão conturbado final diferente, eu gostei. Achei a solução dada válida.

Em suma, se você gostou do HQ e seu nome não é Alan Moore, boas chances de que goste bastante do filme também.

Wednesday, March 4, 2009

Operação Valquíria




Operação Valquíria
Suspense / Guerra - 14 ANOS

A história da tentativa de assassinato sofrida por Adolf Hitler em julho de 1944. No papel principal está Tom Cruise, como o coronel alemão Claus von Stauffenberg, líder do grupo de conspiradores contra o fuhrer.

(Valkyrie) EUA/Alemanha, 2009. Direção: Bryan Singer. Elenco: Tom Cruise, Bill Nighy, Tom Wilkinson, Kenneth Branagh. Duração: 120 min.

Rafinha

Histórias sobre o holocausto, em geral, mexem comigo. Por conta da enxurrada de filmes com essa temática, tenho visto muitos ultimamente. Operação Valquíria é um filme que vale a pena assistir, mais pelo fundo histórico, que por qualquer outra coisa que o faça ir ao cinema.

O filme conta a história de oficiais alemães, que discordavam da liderança de Hitler, e montam uma estratégia – a 15ª registrada – para assassinar o Fuhrer. Claro que se você conhece minimamente história, saberá como a coisa toda termina. Mas não é isso o mais importante, o filme é bem feito e bem conduzido, e por mais que Tom Cruise seja um chato na vida real, ainda faz bonito na tela.

Ah, além de tudo, vale a pena ver Bill Nighy em um papel sério e dramático. Ele é o Viktor de Underworld, o Davy Jones de Piratas do Caribe, Slartibartfast de O guia do mochileiro das galáxias... Eu acho que ele é bem doidão.


M.

Mais um dos milhares de filmes já criados sobre a Segunda Guerra Mundial. Para mim fica cada vez mais claro o amplo impacto desse evento nos traumas da humanidade, o que se deve, acredito eu, principalmente ao holocausto judeu e à bomba nuclear.

A história real eu já conhecia, embora não com todos os detalhes do filme: trata-se da última das várias tentativas frustradas de assassinato realizadas contra Hitler no decorrer da guerra. É uma temática que me atrai e o filme tem uma boa produção e atuações que não comprometem. Para mim o ponto alto das atuações foram alguns dos momentos em que se encontravam frente ao próprio Hitler alguns dos traidores, até então não revelados; alguns atores conseguiram passar bem a sensação de tensão contida.

Filme bacana-feijão-com-arroz. Principalmente caso goste da temática, pode assistir numa boa.

Sunday, March 1, 2009

Quem Quer Ser Um Milionário?



Quem Quer Ser Um Milionário?
DRAMA – 16 anos

Um adolescente pobre indiano se torna um dos participantes da versão local do programa de prêmios "Who Wants to Be a Millionaire?", vence, e é acusado de trapaça.

(Slumdog Millionaire. Reino Unido / EUA , 2008 - 120 min) Direção: Danny Boyle. Roteiro: Simon Beaufoy. Elenco: Dev Patel, Irrfan Khan, Anil Kapoor, Madhur Mittal, Freida Pinto.


Rafinha

Eu odeio quando isso acontece. Criar expectativas demais a respeito de um filme e quando finalmente ver, não achar lá essas coisas. Não me entenda mal, Slumdog Millionaire é um filme correto e bonito, mas não me falou ao coração. Um filme tem que me emocionar de alguma forma, nem que seja fazer com que eu me sinta mal, para eu querer ver de novo. Slumdog não é um desses filmes, ele definitivamente não entrará para minha coleção de dvds.

A essa altura todo mundo já sabe que ele foi o grande vencedor do Oscar, levando inclusive a estatueta de melhor filme.

A história se passa na Índia, e conta a difícil vida de Jamal Malik e seu irmão mais velho Salim, depois da morte da mãe. Os irmãos vivem na mais absoluta pobreza e abandono, mas enquanto Jamal é doce e ingênuo, Salim se prepara para uma vida de crimes.

Entre idas e vindas, já adolescente e longe do irmão, Jamal consegue a façanha de participar do programa “Quem quer ser um milionário?”, mas ele só participa para que sua namorada perdida o veja pela TV e entre em contato, acontece que ele realmente sabe todas as respostas, e por ser pobre e ter frequentado a escola apenas quando criança, acaba criando suspeitas. Ao ser torturado e interrogado pela polícia, Jamal narra os acontecimentos que o levaram a conhecer as respostas, essa é uma das partes mais legais do filme. E é isso, é legal, é bonito e é um filme que deve ser visto.

Eu arrisco dizer que Slumdog Millionaire fez tanto sucesso pelo mesmo motivo que Cidade de Deus, a pobreza é algo surreal para os países ricos.

P.S.: Jamal ganha 20 milhões de rúpias no programa, o equivalente a quase 4 milhões de reais. Dinheirão!


M.

Pelo menos para mim não teve como assistir esse filme sem lembrar de Cidade de Deus, já que ambos usam a estética favela como cenário. Verdade que os filmes são bem diferentes em termos da trama principal, mas por conta deste cenário terminam partilhando também algumas similaritudes. O filme até me reforça uma idéia que por vezes tenho (e que bem pode ser falsa) da Índia como sendo um Brasil piorado.

A trama gira em torno de um garoto favelado (um “slumdog”), que participa de um programa no estilo “Show do Milhão” que temos aqui com o nosso amigo Sílvio “oie-ha-hai!” Santos, enquanto busca reencontrar o seu amor verdadeiro.

Ganhou o Oscar, coisa e tal, parabéns. Preferi “O Lutador”. Embora Slumdog seja também um filme legal, o tipo de enredo de “O Lutador” me emociona muito mais. Mas como Slumdog é um filme bonitinho, não me surpreende que agrade mais ao público em geral, coisas da vida...

Friday, February 27, 2009

Sexta-feira 13




Sexta-feira 13
Terror - 18 ANOS

No reinício da cultuada série, Jason Vorhees caça, como sempre, os jovens que se aventuram na região de Cristal Lake. Desta vez as vítimas vêm em grupos... primeiro em busca de uma lendária plantação de maconha que cresceu descontrolada às margens do lago. Depois, como uma turma de amigos que vai passar um fim de semana no local. Ligando ambas as excursões está um rapaz (Jared Padalecki) em busca de sua irmã desaparecida.

(Friday the 13th) EUA, 2009. Direção: Marcus Nispel. Elenco: Derek Mears, Jared Padalecki. Duração: 97 min.


Rafinha

É, Mau e eu fomos ver Sexta-feira 13, eu relutei muito, mas acabei aceitando apenas para não voltar para casa. Tínhamos ido ver Slumdog Millionaire, mas a sessão estava lotada. Maldito Oscar!

Então, tudo o que eu esperava do filme estava lá, inclusive os adolescentes mal-educados e estúpidos. Os primeiros minutos do filme são uma introdução à já conhecida história, entretanto os adolescentes estúpidos não sabiam como chamar essa parte inicial e eu sugeria mentalmente: “Introdução? Prelúdio? Preâmbulo?”. Mas eles não me deram ouvidos e largaram: (coloque aqui a voz mais irritante que você conseguir imaginar)”Um tira-gosto! Essa parte aí é só um tira-gosto!”.

Do filme, não há muito o que dizer, é até divertido se você vai sabendo a tosqueira que o espera, gatinhas com peitinhos de fora, riquinhos imbecis, mortes sangrentas e rápidas, etc.

P.S.: Eu estava torcendo para Jason não matar o japinha.


M.

Foi por acaso que terminei reencontrando Jason Vorhees. Fui assistir o filme como se deve ir para filmes deste tipo, ou seja, sem qualquer grande expectativa e preparado para rir das mortes toscas, de modo que terminei até me divertindo.

Não vou falar muito sobre o filme, porque o remake é mais um Sexta-Feira 13 e a fórmula continua a mesma: morte, sexo e peitos de fora. Prefiro falar sobre a horda de adolescentes que não tinha conhecimento da palavra “introdução”, “abertura”, “prelúdio”, e só conseguiu se manifestar sobre a parte do filme que ocorre antes de surgir o título como sendo o “aperitivo”. Quase me irritei com o barulho que eles faziam, mas depois pensei: é filme de Jason, tem que ser assim mesmo, senão perde parte da essência.

Acho que não preciso também dar conselhos sobre assistir ou não: como falei, não há aqui nenhuma novidade significativa em relação aos anteriores.

Monday, February 23, 2009

O Lutador


O Lutador
Drama - 14 ANOS
Vinte anos depois de seu auge, The Ram (Mickey Rourke) segue fazendo a única coisa que sabe: lutar. Mas forçado pelos médicos a interromper sua longeva carreira, ele começa a trabalhar no balcão de frios de um supermercado. Mas surge, então, a proposta para uma luta com o seu maior rival, o Aiatolá (Ernest Miller), e fica difícil para The Ram resistir...
(The Wrestler) EUA, 2008. Direção: Darren Aronofsky. Elenco: Mickey Rourke, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood. Duração: 109 min.


Rafinha

Ver um ator de quem gosto renascer das cinzas, tal qual uma fênix - =D - me deixa bem feliz, foi assim com Robert Downey Jr e está sendo assim com Mickey Rourke. Tio Rourke hoje está velho e meio deformado, mas ele já foi o gatinho de Coração Satânico – um dos primeiros filmes que me lembro de ter visto quando criança no recém-comprado videocassete lá de casa.

Em O Lutador, Rourke bota pra foder, pardon my french. O filme é um drama e conta a história de Randy “The Ram” Robinson, um lutador que já conheceu a fama e hoje vive como um loser total. A chatinha da Evan Rachel Wood que faz a filha de “The Ram” não consegue macular o filme, o papel dela é tão pequeno que poderia ter sido feito por qualquer atriz desconhecida.

A trilha é muito boa, e tem até Guns n´ Roses!

Gostaria de ter visto Rourke ganhar o Oscar de melhor ator, não sei se Sean Penn mereceu porque não vi “Milk”, talvez eu mude de opinião.

Vale lembrar que quem dirigiu O Lutador foi Darren Aronofsky, o mesmo do fantástico Requiem para um sonho.



M.

É um filme emocionante. Primeira frase que faço questão de colocar aqui. Mickey Rourke está sensacional no papel de Randy “The Ram” Robinson e achei lamentável que o Oscar não tenha ficado para ele, mas, enfim, coisas da vida. O personagem central é um lutador de wrestler, aquelas “lutas montadas” que muitos dos que são da minha idade costumavam assistir na TV. Um sucesso nos anos oitenta, embora ainda lute e seja uma lenda entre os seus, tendo nos seus dias áureos direito a action figure e videogame baseado na sua história, Ram se encontra agora pobre, velho e fracassado para a maior parte dos padrões da sociedade. Como eu disse, emociona.

Destaque também para a trilha sonora que é também muito boa. Muito hard rock e até mesmo lamentações por Kurt Cobain ter estragado com a festa toda, embora, no meu caso, ele tenha sido responsável por boa parte delas. Infância nos oitenta e adolescência nos noventa faz você se sentir desse jeito.

Wednesday, February 18, 2009

Coraline




Coraline e o Mundo Secreto
Animação – LIVRE

Baseado no livro infanto-juvenil de Neil Gaiman, em que uma garotinha chamada Coraline (Dakota Fanning) muda-se com seus pais workaholics (Teri Hatcher e John Hodgman) para um enorme e antigo casarão. Aborrecida, ela começa a conhecer seus estranhos vizinhos e a explorar o local - e acaba encontrando um mágico universo alternativo, onde existem amorosas versões de seus pais com botões no lugar dos olhos.

(Coraline) EUA, 2009. Direção: Henry Selick. Vozes: Dakota Fanning, Teri Hatcher, Keith David. Duração: 102 min.


Rafinha

Desde que vi “O estranho mundo de Jack” espero por outra animação dirigida por Henry Selick. Um monte de gente pensa que ela foi dirigida por Tim Burton, mas não foi não. Em Coraline, Selick fez um trabalho primoroso, o filme é simplesmente lindo!

Li o livro há muito tempo e não lembrava dos detalhes, o filme consegue transformar muitos aspectos do livro e criar outros, o que só traz mais beleza para a animação. A parte do jardim mágico é genial e cheia de cor. E pensar que aquilo tudo foi feito em stop motion.

Aqui em Salvador nós fomos agraciados apenas com cópias dubladas, não deixe isso te desanimar, vale a pena ver Coraline na tela grande, apesar desse fato ter trazido outros bem desagradáveis na esteira, como a presença maciça de crianças pequenas na sala. A sessão que eu e Mau pegamos estava cheia de crianças e adolescentes e até um bebê (!!!), para nossa surpresa o bebê não deu um pio durante todo o filme, entretanto tinha um guri de uns 4, 5 anos que não parava de falar com uma vozinha de menino mimado, e eu bem acho que a vagabunda da mãe dele achava uma gracinha ele ficar fazendo perguntas sobre o filme. Desgraça!

Enfim, Coraline é massa, vão ver!


M.

Eu pago pau pra Neil Gaiman em alta, isso é de conhecimento geral. Por conta disso é que fui ver Coraline logo na primeira oportunidade que tive, o que me gerou algum infortúnio: aturar crianças mimadas e adolescentes numa sessão das 15h. Então, amiguinhos, aprendam com meu erro e só assistam esse filme em sessões das 20h em diante.

Choro à parte, o resultado ficou muito bom! O roteiro não segue exatamente o texto do livro, contando até com um personagem central novo, que é um amiguinho de Coraline. Mas, no que importa mesmo, o trabalho foi bem feito. Há um clima sombrio e tive uma certa satisfação quando ouvi um gurizinho, numa das cenas sombrias, dizendo “eu quero ir pra minha casa...”. Sou sádico, eu sei.

Mais um detalhe: o filme é pra ser visto em cinema 3D. Se existe alguma na sua cidade, vá; caso more na província soteropolitana, como é o meu caso, se contente com a versão em 2D mesmo, que ainda assim é muito boa.

Sunday, February 8, 2009

Persépolis




Persépolis
Animação – 12 anos
Sinopse: Da infância à vida adulta, as descobertas de uma garota iraniana louca por Rock and Roll e cinema, e o desenvolvimento de sua arte contra o regime Islâmico.
(Persépolis) França e Estados Unidos, 2007. Direção: Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud. Vozes: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Simon Abkarian, Danielle Darrieux. Duração: 95 min.


Rafinha

Ter ido ver Persépolis no cinema me deixou feliz. Primeiro por não ter perdido a oportunidade de ver o filme ainda na tela grande, pois estreou há muito, muito tempo; segundo pelo preço do ingresso, apenas 3,50 meia; e terceiro, e não menos importante, porque a história é muito boa.

Marjane Satrapi conta sua história, da infãncia no Teerã, à Adolescência na Áustria, sua vida entre os anos 80 e 90, época em que tudo era proibido por aquelas bandas e as pessoas não tinham liberdade nem mesmo para andar de mãos dadas nas ruas.

Satrapi era uma outsider, ouvia, clandestinamente, iron maiden e adorava Bruce Lee, frequentemente discutia com professores e em diversas ocasiões foi pega pela polícia, ora por andar sem o lenço cobrindo a cabeça, ora por andar maquiada. O desrespeito e repressão sofrido pelas mulheres choca a quem nunca conviveu com isso, em certa ocasião ela é parada pela polícia porque está correndo, pois "o balanço de seu traseiro é obsceno", ao qual ela responde "então parem de olhar para o meu traseiro!" e volta a correr, afinal está atrasada para a aula.

O filme é todo em um tipo de ilustração bonita e simples, afinal tendo uma história tão boa, não precisava fazer muito mais.

O filme mexeu um tantinho assim comigo, me senti frívola e superficial.

A humanidade é uma desgraça, vale sempre lembrar.

P.S.: O filme foi co-escrito e co-dirigido por ela e hoje Satrapi vive na França.


M.

Já tinha dado uma olhada nos quadrinhos, nas minhas eternas idas a livrarias, mas até hoje não li história toda. Assim, assisti a animação já sabendo a temática, mas sem saber exatamente que rumo tomaria sendo que, felizmente, tomou um que me agradou.

Gosto de ter informações que me possibilitem o contato com culturas estrangeiras. Acho que pela estranheza acabo ficando ainda mais interessado quando se trata de uma cultura “alien” na minha cabeça, como é o caso do Irã. Persépolis dá uma noção interessante dos fatos históricos que levaram às coisas serem como são hoje.

Pra mim é impressionante ver como, em vinte anos, tantas coisas mudaram naquele país. De um momento em que é normal uma menina fã de Bruce Lee andando com um tênis Adidas na rua, para outro em que há a obrigatoriedade do uso do véu e fitas-cassete do Iron Maiden são vendidas clandestinamente. De um momento em que uma pessoa é limpador de vidro, para outro em que, por ser um fanático religioso, se torna o diretor de um hospital. É este tipo de fato que me faz pensar como a idiotice humana não possui limite algum.

Assista, reflita, aprenda e tente tornar este mundo um pouco menos imbecil.

Monday, February 2, 2009

Sim Senhor




Sim Senhor
Comédia - 14 anos

Carl (Jim Carrey) está na fossa. Tudo na sua vida vai mal, até que encontra um antigo amigo e o acompanha a um programa de auto-ajuda baseado em um único e simples princípio: diga “sim” para tudo e para qualquer coisa. A partir desse momento, as coisas começam a dar certo. Mas é possível dizer "sim" para tudo?
(Yes Man) EUA, 2009. Direção: Peyton Reed. Elenco: Jim Carrey, Zooey Deschanel, Molly Sims. Duração: 104 min.


Rafinha

Eu gosto de Jim Carrey desde os tempos de "O máscara". Gosto dele fazendo careta, gosto dele sendo loser e dramático. Em "Sim, senhor" ele retoma as caras e bocas e o jeito besta que me diverte tanto. O plot do filme é reciclado de "O mentiroso", um cara que não vive a própria vida é forçado a dizer sim à tudo, tudo mesmo! Mas enquanto em "O mentiroso", ele é "amaldiçoado", em "Sim, senhor" ele acha que tem que ser fiel à uma promessa que, na verdade, nem existiu. E é só isso. Filmezinho divertido, bacaninha. Se você não ri com facilidade e acha humor físico ridículo, não perca seu tempo. Se você é homem ou lésbica e está procurando uma desculpa pra ir ver, vale conferir a bonitinha da Zooey Deschanel, o par romântico de Carrey.


M.

Tem gente que odeia Jim Carrey com todas as forças do seu ser. Não faço parte desse grupo de pessoas. Não sou fã, mas também não odeio. Nesse filme notei até como ele está mais velho, o rosto com mais marcas de expressão, essas coisas.

O personagem de Jim Carrey, Carl, é um cara que não gosta de curtir a vida. Não se arrisca em nada, não aceita convites para sair, não topa nada, enfim, um indivíduo bem acomodado. A idéia do filme lembra um pouco “O Mentiroso”. Enquanto lá o advogado, depois de uma mandinga, só consegue dizer a verdade, aqui Carl, depois de um “pacto com o universo e consigo mesmo”, decide dizer “sim” para todas as propostas que lhe sejam feitas. A partir desta promessa é que se desenvolve a comédia do filme, com Carl sendo levado a situações das mais inusitadas para se manter firme ao prometido.

Obviedades do roteiro à parte, eu ri bastante. Como se trata de uma comédia, considero como sendo um filme bom, já que realizou aquilo a que se propõe. Claro que se você é dos odiadores de Jim Carrey, não há motivo pra ver, porque o ator continua sendo o mesmo. Do contrário, vá e saia mais leve!

Thursday, January 29, 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button


O Curioso Caso de Benjamin Button
Drama - 12 anos
Sinopse: Adaptada por Eric Roth (Forrest Gump, O Informante, Ali) do conto homônimo de F. Scott Fitzgerald (1896-1940), a história acompanha um homem (Brad Pitt) com uma incomum condição. Benjamin Button nasce velho, aos 80, e rejuvenesce conforme passam os anos.
(The Curious Case of Benjamin Button) EUA, 2008. Direção: David Fincher. Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Tilda Swinton. Duração: 159 min.

Rafinha

Sabe aqueles filmes que fazem a gente se sentir bem por estar vivo? Então, esse é o caso.

Benjamin Button nasce velho e vai rejuvenescendo com o passar do tempo, até morrer bebê. A história é basicamente isso. O que não quer dizer que seja ruim, eu gostei do filme, só não acho que mereça 13 indicações ao Oscar. Gostei principalmente por conta do ar nostálgico, das imagens antigas entrecortando a narração, principalmente para ilustrar os causos do velhinho que já foi atingido por raios sete vezes. Eu gosto de coisas antigas, oras.

Eu acho mesmo é que americano adora esse tipo de filme, com mensagens felizes de que é bom viver, apesar dos pesares. Pra mim filmes assim são como livros de auto-ajuda, quem lê se sente todo cheio de disposição para fazer o que tem de ser feito, mas é só fechar o livro para voltar a comer gordura, fumar e reclamar da vida.

Brad Pitt ta lá, nada excepcional, nada memorável, nem premiável. Cate Blanchett também, mas ela é ruiva e lindona, então tá valendo. A ex-namorandinha na vida real de Pitt também ta lá, Julia Ormond, lembra da vagabundinha que come os 3 irmãos em Lendas da Paixão? Então, é ela.

E é isso, o filme tem 2:40 de duração, então vá ver com a bexiga vazia. Eu vi em casa, fiquei com preguiça de ver no cinema. Mas vale o preço do ingresso.

Digressão: Tem outro filme com essa temática que quero ver, youth without youth de Coppola, acho que nem chegou aqui, apesar de já ter sido lançado lá fora há um tempão. Nesse, um velho – Tim Roth! - é atingido por um raio e começa a rejuvenescer, bacana, né?


M.

Meu plano era assistir no cinema. Mas, após muito relutar comigo mesmo, acabei assistindo em casa. O que muito contribuiu pra isso foi pensar na longa duração do filme, preso no cinema. Terminei então assistindo mesmo no meu pc, na telinha de 19’.

Achei a história bonitinha, coisa e tal. Bem provável que o conto que inspirou seja melhor, mas acredito que tenha sido uma boa adaptação. A maquiagem é legal e dá realmente pra ir notando a diferença de idade nos personagens centrais.

Uma coisa que me incomoda é que são temas recorrentes no filme as questões da velhice, da finitude e da morte. São coisas (principalmente a velhice e a finitude), que me incomodam bastante. Mesmo “já” aos 30 ainda não sou confortável com a perspectiva de ficar velho, enrugado e – pior de tudo – dependente. Pode ser até que outras pessoas vejam a traminha de amor como o ponto central do filme, mas pra mim não funcionou assim.

Como recebeu 13 indicações para o Oscar, acredito que todo mundo acabe assistindo. Como modo de balancear o impacto oscariano que as pessoas podem sofrer, deixo aqui minha opinião de que o filme é legal, bonito, bem feito, mas não é o último biscoito do pacote.

Monday, January 12, 2009

O Dia Em Que a Terra Parou




O Dia Em Que a Terra Parou
Ficção Científica - 10 ANOS


(The Day the Earth Stood Still) EUA, 2008. Direção: Scott Derrickson. Elenco: Keanu Reeves, Jennifer Connelly, John Cleese. Duração: 103 min.

Sinopse: O filme mostra a chegada à Terra de um alienígena, Klaatu (Keanu Reeves), e um indestrutível robô gigante, portando um ultimato: se os humanos não impedirem a devastação ambiental, serão extintos.




Arrafinha

Eu sou muito fã de filmes de aliens e catástrofes que exterminam a raça humana, depois que vi "Guerra dos mundos", a versão nova, até pesadelos eu tive, Ets hostis me assustam muito.

Da versão antiga eu ri muito, aquela mulher histérica e os fios segurando as naves são muito engraçados.

"O dia que a terra parou" não é um filme de Ets, Klaatu tem corpo humano, não aparecem naves, só um monte de luzinhas e esferinhas brihante. Não é dos melhores não, "Guerra dos mundos", o novo, é bem mais emocionante. Keanu Reeves é perfeito para o papel do inexpressivo Klaatu. Vocês sabiam que Keanu significa "brisa suave sobre as montanhas"? Pois então, só queria compartilhar meu conhecimento.

CUIDADO, A PARTIR DAQUI TEM SPOILER!

Eu não comi mesmo o fato do Klaatu ficar bonzinho e liberar a raça humana do extermínio, not a fucking chance. O Et chega aqui com tudo planejado, não consegue
conversar com os líderes mundiais como queria, não consegue porra nenhuma, e muda de idéia quando a mulherzinha se abraça com o guri? NOT A FUCKING CHANCE! Se fosse eu, exterminava a porra toda!

Pois então, se não tiver nada melhor para fazer ou ver, vá ver esse filme, se tiver apenas curioso, espere sair em dvd. A música de Raul Seixas tá na trilha. Tá, é brincadeira.

M.

Multiplex, sábado de tarde. Um ambiente cheio de pessoas querendo ver “Se eu fosse você 2”, esta pérola do cinema nacional. E lá vou eu assistir “O dia em que a Terra parou”, já certo de que se trata também de uma pérola do cinema internacional. Pelo menos, fui de alma aberta, esperando simplesmente me divertir com os efeitos, coisa e tal. Minha sala também estava bastante cheia e do meu lado sentou um senhor de idade, que não apenas tinha aquele cheiro que a velhice traz, como cochilou por metade do filme. Essas coisas me deprimem, mas tentei ignorar tanto quanto pude.

Keanu Reeves, ah Keanu Reeves, acho que na verdade você é o tal do Klaatu, viu? Quando assistirem vocês entenderão a razão. Bom, o mote é que é filme de alien + destruição global-apocalipse (dois temas que Arrafinha adora, embora aqui nem apareçam tanto). Mas acho que a temática é mais campanha de Al Gore com efeitos especiais, esse tipo de coisa, sabe? Não vou contar o final, mas também nem precisa. Qualquer pessoa com dois neurônios ou mais que leia isso aqui acho que já tem noção de como o filme acaba.

Filme pra assistir quando você não está a fim de pensar, nem está procurando por grandes atuações ou roteiro fantástico. Estilo “sente, relaxe e coma sua pipoca”. Tem gente que não assiste filme assim, mas se você, como eu (seguindo meu amigo Jack), consegue ligar esse mood de assistir sem se estressar, pode ir.

Sunday, January 4, 2009

Hiroshima meu amor





Hiroshima meu amor (Hiroshima mon amour, França/Japão, 1959)
Direção: Alain Resnais
Elenco: Emmanuelle Riva, Eiji Okada, Stella Dassas, Bernard Fresson, Pierre Barbaud e Eddie Constantine.
Duração: 90 min.
Censura: 14 anos
Formato: 35mm

Sinopse - Participando de um filme sobre a paz, em Hiroshima, nos anos 50, atriz francesa passa a noite com um arquiteto japonês. Tudo isso traz lembranças de sua juventude, na cidade de Nevers, durante a Segunda Guerra Mundial, período no qual foi perseguida e também quando se apaixonou por um soldado alemão. Baseado nas crônicas de Marguerite Duras, também responsável pelo roteiro e diálogos. A fotografia em tons de cinza, de Sacha Vierny, e a música romântica de Giovanni Fusco e George Delerue realçam o realismo poético das belas imagens desta obra-prima de Resnais. Foi um dos filmes que mais influenciou os jovens intelectuais engajados politicamente nos anos 60.


Arrafinha

“Hiroshima Mon Amour” é um daqueles filmes que a gente assiste para se sentir mais Cult, mais conhecedor da 7ª arte, mais em paz com a própria consciência por não ver apenas blockbusters hollywoodianos.

A história gira em torno de uma atriz francesa e um arquiteto japonês que iniciam um caso quando ela vai à Hiroshima participar de um filme sobre a paz. Entre uma trepada e outra, ela conta a história de sua vida, a juventude em Nevers durante a segunda guerra e a perseguição por ter se apaixonado por um soldado alemão. A seqüência inicial sobre os horrores que se seguiram à bomba atômica é de partir o coração e eu chorei mesmo.

O caso entre os dois é bem chato, a mulher é bem puta-louca e fica sem saber se vai ou se fica com o cara.

Percebi um certo elogio ao esquecimento, às memórias que se esvanecem, o tempo todo eles falam que, eventualmente, irão esquecer um ao outro e ZzZZzZZZZZZZZZZzzzzZZZZzz.
O filme é lento e não dá para ver se você quer apenas passar o tempo. A direção é de Alan Resnais, um francês de quem eu nunca havia ouvido falar antes, mas dizem que ele é importante e famoso, aí eu acredito.


M.

“Hiroshima mon amour” é um filme antigo. E cabeção. Então, se você estiver num dia impaciente, nem tente assistir, porque não vai dar. Assistimos na sala Walter da Silveira, o que pra mim sempre é algo inusitado. Se por um lado me incomoda o calor (porque até economia o ar condicionado parece que estavam fazendo), a tela pequena e o som meio capenga, por outro lado gosto da sensação de estar assistindo um filme fora de um “multiplex”. É uma sensação que meio que me remete a um tempo mais antigo, o que acho que combinou com o clima do filme.

Voltando ao filme, posso dizer que é um filme forte, num certo sentido. No início, muitas cenas de pós-bomba, com criancinhas deformadas e tudo mais. No seu transcorrer, que tem por linha narrativa a história de amor de uma atriz francesa com um arquiteto japonês, várias considerações são feitas, principalmente sobre questões como amor, loucura e a própria loucura das guerras.

Em suma, o filme é bom, mas é um filme para um dia que você esteja sem pressa e com disposição para se deixar envolver pela trama e temas ali tratados. Se não estiver nesse mood, nem vá.

Thursday, January 1, 2009

Bolt



Bolt - Supercão
Animação - Livre

Sinopse: Bolt é um pastor alemão que sempre viveu dentro de um programa de TV, onde acredita ter superpoderes. Quando, por acidente, ele é separado do programa, acaba conhecendo uma gata e um hamster que vão ajudá-lo a conhecer o mundo real.

(Bolt 3D) EUA, 2008. Direção: Chris Williams. Vozes: John Travolta, Thomas Haden Church, Woody Harrelson. Duração: 96 min.


Arrafinha.

Eu, particularmente, não sinto muito amor no coração pelas animações da Disney, pois costumam ser bobinhas e cheias de lições de moral edificantes. Quando fui ver Bolt, entrei na sala sem grandes expectativas, só estava mesmo esperando o horário do Outback abrir. Pois bem, me diverti muito! A animação em si não traz nada de novo, mas a historinha é divertida que é uma beleza. Além do pastor branco Bolt, tem uma gata de rua que tiraniza os pombos bem Corleone style e um hamster absurdamente gordo que acredita ter lobos como ancestrais. Os melhores momentos do filme são por conta dos coadjuvantes.

Pequena digressão: Eu realmente não gosto da idéia de sempre se ter gatos como vilões, isso fica na cabeça dos guris e eles crescem achando que gatos são pequenas encarnações do diabo, não gosto disso. Pronto, voltando ao assunto, o fato de John Lasseter, o fodão da Pixar, ter produzido o filme contou muitos pontos, ele foi o produtor executivo de Ratatoille, Os incríveis, Monstros SA, Wall-E e mais um montão de outras animações bacanas.

E as crianças presentes na sala – sim, eu vi uma cópia dublada, não tinha legendada – estavam bem comportadinhas, as desgraças. Tinha uma menininha com déficit auditivo, porque ela fazia perguntas à mãe gritando, mas tirando isso os pequenos demônios estavam bem adestrados. Muito bem, crianças.


M.

Hoje assistimos Bolt. Foi uma coisa totalmente não planejada, mas que acabou acontecendo. Não planejada principalmente por dois motivos: cópia dublada e animação da Disney, que são coisas que me tiram um pouquinho o tesão (embora eu adore animações em geral), o que terminou contribuindo ainda mais pra impressão favorável.

Serei um pouquinho spoiler, mas vamos lá. Já o início do filme é bem bacana, mostrando a “filmagem” do seriado de Bolt. Achei uma abordagem interessante, de modo que algum desavisado que entre na sala sem ter lido sequer a sinopse, pode ficar ainda mais surpreso depois que souber exatamente do que se trata.

Os personagens-animais são todos legais. Bolt, os gatos, o hamster e os pombos, todos têm personalidades interessantes e que convencem. Claro que não poderíamos deixar de ter, no conjunto, em se tratando de uma animação (principalmente da Disney), um estilo “o bem vence o mal, espanta o temporal”, mas não é algo que neste caso tenha comprometido a diversão. Pode ir assistir sem medo!