Sunday, February 8, 2009

Persépolis




Persépolis
Animação – 12 anos
Sinopse: Da infância à vida adulta, as descobertas de uma garota iraniana louca por Rock and Roll e cinema, e o desenvolvimento de sua arte contra o regime Islâmico.
(Persépolis) França e Estados Unidos, 2007. Direção: Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud. Vozes: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Simon Abkarian, Danielle Darrieux. Duração: 95 min.


Rafinha

Ter ido ver Persépolis no cinema me deixou feliz. Primeiro por não ter perdido a oportunidade de ver o filme ainda na tela grande, pois estreou há muito, muito tempo; segundo pelo preço do ingresso, apenas 3,50 meia; e terceiro, e não menos importante, porque a história é muito boa.

Marjane Satrapi conta sua história, da infãncia no Teerã, à Adolescência na Áustria, sua vida entre os anos 80 e 90, época em que tudo era proibido por aquelas bandas e as pessoas não tinham liberdade nem mesmo para andar de mãos dadas nas ruas.

Satrapi era uma outsider, ouvia, clandestinamente, iron maiden e adorava Bruce Lee, frequentemente discutia com professores e em diversas ocasiões foi pega pela polícia, ora por andar sem o lenço cobrindo a cabeça, ora por andar maquiada. O desrespeito e repressão sofrido pelas mulheres choca a quem nunca conviveu com isso, em certa ocasião ela é parada pela polícia porque está correndo, pois "o balanço de seu traseiro é obsceno", ao qual ela responde "então parem de olhar para o meu traseiro!" e volta a correr, afinal está atrasada para a aula.

O filme é todo em um tipo de ilustração bonita e simples, afinal tendo uma história tão boa, não precisava fazer muito mais.

O filme mexeu um tantinho assim comigo, me senti frívola e superficial.

A humanidade é uma desgraça, vale sempre lembrar.

P.S.: O filme foi co-escrito e co-dirigido por ela e hoje Satrapi vive na França.


M.

Já tinha dado uma olhada nos quadrinhos, nas minhas eternas idas a livrarias, mas até hoje não li história toda. Assim, assisti a animação já sabendo a temática, mas sem saber exatamente que rumo tomaria sendo que, felizmente, tomou um que me agradou.

Gosto de ter informações que me possibilitem o contato com culturas estrangeiras. Acho que pela estranheza acabo ficando ainda mais interessado quando se trata de uma cultura “alien” na minha cabeça, como é o caso do Irã. Persépolis dá uma noção interessante dos fatos históricos que levaram às coisas serem como são hoje.

Pra mim é impressionante ver como, em vinte anos, tantas coisas mudaram naquele país. De um momento em que é normal uma menina fã de Bruce Lee andando com um tênis Adidas na rua, para outro em que há a obrigatoriedade do uso do véu e fitas-cassete do Iron Maiden são vendidas clandestinamente. De um momento em que uma pessoa é limpador de vidro, para outro em que, por ser um fanático religioso, se torna o diretor de um hospital. É este tipo de fato que me faz pensar como a idiotice humana não possui limite algum.

Assista, reflita, aprenda e tente tornar este mundo um pouco menos imbecil.

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